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Mais do que Sustentável: O que é a Moda Regenerativa e Por Que Ela é a Nova Fronteira

  • Foto do escritor: Mih Mariana Passos
    Mih Mariana Passos
  • 7 de nov.
  • 3 min de leitura

Esqueça o "fazer menos mal". A nova fronteira da moda busca ativamente curar o meio ambiente, começando pelo solo que pisamos.


Nos últimos anos, termos como "moda sustentável", "eco-friendly" e "moda circular" dominaram as conversas sobre o futuro da indústria têxtil. O objetivo era claro: reduzir o imenso impacto ambiental de uma das indústrias mais poluentes do mundo.

No entanto, uma nova abordagem está ganhando força, uma que argumenta que "causar menos dano" não é mais suficiente. Precisamos "fazer o bem" ativamente.

Bem-vindo à Moda Regenerativa.


O que é a Moda Regenerativa?


Em essência, a moda regenerativa é uma abordagem de design e produção de roupas que vai além da sustentabilidade e busca ativamente restaurar e revitalizar os ecossistemas e as comunidades de onde provêm suas matérias-primas.

O foco principal não está na reciclagem ou no uso de menos água (embora isso seja importante), mas sim na fonte: a agricultura.

A Diferença Chave:Moda Sustentável (ou Orgânica): Tenta reduzir o impacto negativo. Por exemplo, o algodão orgânico é cultivado sem pesticidas químicos, o que é ótimo para não poluir o solo.Moda Regenerativa: Tenta criar um impacto positivo. O algodão regenerativo é cultivado de forma a melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e até capturar carbono da atmosfera.

Os Pilares da Regeneração


A moda regenerativa baseia-se diretamente nos princípios da agricultura regenerativa, um método de cultivo que vê a fazenda como um ecossistema vivo. Os principais objetivos são:

  1. Saúde do Solo (O Herói Oculto): Métodos como o "plantio direto" (não arar a terra), o uso de "culturas de cobertura" (manter o solo coberto) e a compostagem aumentam a matéria orgânica e os micróbios do solo. Um solo saudável retém mais água (combatendo secas) e é mais fértil.

  2. Sequestro de Carbono: Este é o ponto crucial. Solos saudáveis e ricos em matéria orgânica atuam como um "sumidouro de carbono", puxando o CO2 (dióxido de carbono) da atmosfera e armazenando-o no subsolo. Em vez de ser uma fonte de emissões, a moda pode se tornar uma solução para as mudanças climáticas.

  3. Biodiversidade: A agricultura regenerativa abandona a monocultura (plantar apenas uma coisa). Ela incentiva a rotação de culturas, a plantação de flores e árvores nativas nas bordas das plantações e, muitas vezes, a integração de animais (como o pastoreio rotativo para a produção de lã), o que recria um ecossistema equilibrado.

  4. Ciclos de Água Limpos: Ao eliminar o uso de produtos químicos sintéticos e melhorar a capacidade de absorção do solo, a agricultura regenerativa impede o escoamento de poluentes para rios e lençóis freáticos.


Por que a Sustentabilidade Já Não é Suficiente?


A indústria da moda é notoriamente "extrativa". Ela "pega" recursos (algodão, água, petróleo para o poliéster), "faz" roupas (gerando poluição) e "descarta" (aterros sanitários).

A moda sustentável tenta otimizar esse sistema. A moda regenerativa quer mudá-lo fundamentalmente.

Estamos em um ponto de crise climática onde a "neutralidade" de carbono é um objetivo baixo. Precisamos de indústrias que sejam "positivas" para o clima, ou seja, que removam mais carbono do que emitem. A moda regenerativa oferece exatamente esse caminho, transformando fazendas de algodão, linho e cânhamo em ferramentas de combate ao aquecimento global.


Desafios no Caminho


A transição não é simples. A moda regenerativa exige:

  • Rastreabilidade Total: As marcas precisam saber exatamente em qual fazenda sua fibra foi cultivada e como ela foi cultivada.

  • Investimento: A transição para práticas regenerativas pode levar de três a cinco anos para um agricultor. Marcas precisam investir e garantir a compra dessa produção.

  • Novas Cadeias de Suprimentos: A logística global de hoje é otimizada para a monocultura barata, não para fazendas biodiversas.


Quem já está fazendo isso?


Embora ainda seja um nicho, o movimento está crescendo. Marcas como Patagonia (que ajudou a criar a certificação Regenerative Organic Certified - ROC), The North Face e Allbirds já lançaram coleções com materiais de origem regenerativa.

Gigantes do luxo, como o grupo Kering (dono da Gucci e Saint Laurent), criaram fundos de investimento para ajudar a converter fazendas de algodão e lã para práticas regenerativas.


O Futuro é Restaurador


A moda regenerativa é mais do-que uma tendência; é uma mudança de paradigma. Ela nos força a perguntar não apenas "Do que é feita minha roupa?", mas "Onde ela nasceu?" e "Ela ajudou a curar ou a prejudicar o planeta?".

Ao focar no solo, a indústria da moda tem uma oportunidade única de passar de uma das maiores vilãs do clima para uma de suas heroínas mais inesperadas.


 
 
 

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